domingo, 1 de fevereiro de 2009

Paulista, Domingo, 5:30 da manhã, 21 graus.

Abro os olhos.

Vejo um fim de noite lindo num céu aberto.
Vejo um casal sorridente, formado há poucas horas, em direção ao metrô.
Vejo um grupo de amigos, daqueles engomadinhos, conversando com entusiasmo algo que envolvia “ela queria dar pra mim”, “bebeu demais” e muitas risadas.
Vejo outro grupo de amigos pra frente, mais alternativo, matando a última garrafa de vinho e o último maço de cigarro de cravo antes do ônibus aparecer.
Vejo hippies. Vários.
Vejo a garota dentro do carro, gritando de felicidade, pra todo mundo saber que sua noite foi perfeita.
Vejo os carros, se perseguindo em alta velocidade.
Vejo jovens senhores em sua caminhada matinal.
Vejo o garoto vomitando a sua alegria (ou tristeza) transformada em álcool horas atrás.
Vejo a prostituta subindo a Augusta, depois de uma noite de grande movimento.
Em todos esses, vejo sorriso. Aquele característico de fim de noite.

Fecho os Olhos. Abro-os novamente.

Vejo mendigos dormindo em plena calçada.
Vejo mendigos dormindo dentro de um estabelecimento qualquer abandonado.
Vejo mendigos tremendo de frio, mesmo com a temperatua amena.
Vejo sujeira nas ruas.
Vejo um acidente envolvendo dois carros que se perseguiam em alta velocidade e uma jovem de 18 anos, que atravessava bêbadamente a rua.
Vejo o policial subvertendo seu serviço discretamente.
Vejo o segurança do hotel, em posição impecável desde o começo da noite, num dos seus três serviços pra sustentar mulher e quatro filhos.
Vejo o dono da banca conversando com um transeunte, desolado sobre a atual situação financeira do país.
Vejo o vendedor ambulante iniciando seus serviços.
Vejo a prostituta de 12 anos subindo a Augusta, e não vejo seu sorriso.
Vejo mais mendigos.

Vejo contraste.

Um comentário:

  1. São Paulo, como todas as grandes cidades, é cheia de contrastes. Ou desigualdades.

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